ENTREVISTA: Apresentação do Georges Bourdoukan
Nessa primeira conversa do Tertúlia com Tortillas temos a honra de apresentar o jornalista e escritor Georges Bourdoukan, com quem conversamos por mais de uma hora na redação da revista Caros Amigos em fevereiro de 2007.
Georges Latif Bourdoukan nasceu em Miniara-Akkar, Líbano, no ano de 1943. Aos dez anos de idade, vem para o Brasil junto com seu irmão. Aos catorze começa a ter os primeiros problemas na escola ao fundar um jornal de crítica à diretoria, chamado Tortura dos Cérebros. É expulso do colégio. Nessa mesma época é preso pela primeira vez, por militar no movimento estudantil secundarista como secretário-geral da UPES (União Paulista dos Estudantes). Aos dezoito inicia sua carreira jornalística no diário Última Hora, que posteriormente seria fechado pela ditadura.
De lá pra cá, teve uma vida muito ativa, tendo trabalhado em vários jornais, revistas e canais de tv. Trabalhou nas revistas Quatro Rodas e Placar, além de ter fundado o Jornal de Jerusalém, dirigido a Revista Palestina, órgão oficial da OLP no Brasil, e também a Revista dos Estados Árabes. Durante os anos de chumbo, trabalhou na TV Cultura junto com Vladimir Herzog, tendo sido seqüestrado e torturado pelo segundo exército um ano antes deste. Também fez parte do núcleo diretivo do programa Globo Repórter, da TV Globo, de onde nos conta uma experiência curiosa que afetou bastante a vida do brasileiro.
Após todos estes anos trabalhando com o jornalismo, decide dedicar-se a carreira de escritor, tendo escrito e publicado quatro livros de sucesso: O Peregrino, A Incrível e Fascinante História do Capitão Mouro, Vozes do Deserto e Apocalipse (teatro). Atualmente, também colabora com a revista Caros Amigos, onde tem uma coluna mensal.
Numa conversa franca e aberta, Bourdoukan vai nos contando algumas das experiências que viveu nestes mais de quarenta anos de jornalismo, sua infância no Líbano, a chegada no Brasil, o trabalho de jornalista durante a ditadura e sua vida de escritor de livros de sucesso. Tudo isso, com uma boa quantidade de informações históricas que Bourdoukan ia incluindo de maneira descontraída em nossa conversa. Esperamos que gostem o tanto quanto gostamos de ter conversado com ele.