ARTIGO: Modernidade, Falência ou Projeto Inacabado
por B. Oscar Correia
Modernidade, palavra que no censo comum nos remete a tudo que é novo, e o novo no tempo presente representa o que não venceu o prazo de validade, já o velho representa o que é retrógrado.
Porém a modernidade que aqui quero retratar, é a que o Iluminismo nos ofereceu, quando da quebra do paradigma teocêntrico para o antropocêntrico. O Iluminismo transferiu a fé na religião para a fé na ciência, ciência esta que disseminaria o conhecimento a todos os indivíduos, e que se auto-proclamava como sendo o arauto da libertação. Com isso o ser humano não mais seria prisioneiro dos dogmas religiosos que imperavam até então.
O discurso é sedutor e também verdadeiro, haja vista que a sociedade nunca mais seria a mesma, pois uma vez livre dos grilhões religiosos o ser humano passa a colocar em cheque muitos dogmas que estavam introjetados na sociedade.
A partir do Iluminismo, a sociedade ocidental experimentou um avanço nunca antes visto, houve avanço nas mais diversas áreas da ciência. Mas quem usufruiu e usufrui atualmente todo este cabedal de conhecimento? Será o cidadão comum? Será que o ser humano está livre do jugo da manipulação?
Percebemos que o ser humano recebe uma parcela deste conhecimento, todavia este parece-me longe de estar sendo contemplado com todo o conhecimento cultural necessário para a sua completa interação com o mundo, no intuito de tornar-se um sujeito crítico, atuante e útil para a sociedade. O que é indubitável atualmente é o uso da ciência a serviço da guerra e da dominação, o que foge completamente dos ideais iluministas.
Após este breve texto percebo que a pergunta feita no título é muito mais difícil do que parece. Para Habermas, um dos grandes pensadores da Modernidade negá-la é um erro, porém este acredita que ela é um projeto inacabado que necessita de um novo paradigma. Será que este paradigma tão ansiado por Habermas não está no passado? Na gênese do Iluminismo, que aspirava o conhecimento a todos ?
O progresso tem que emanar da sociedade e não de grupos ou de um Estado altamente concentrador.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROUANET, Sergio Paulo. As razões do Iluminismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.
Habermas, Modernety
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