31.1.07

CINEMA E HUMANIDADES: Blade Runner e a questão da morte

por Rogério Beier

Quem já assistiu ao clássico Blade Runner, o caçador de andróides, sabe que o tema principal do filme é a questão da finitude do ser humano, isto é, a morte. Nós, humanos, sempre fomos inconformados com o fato de que um dia cessaremos de existir, e vivemos nossos dias sempre a tentar postergar aquele que será o nosso encontro final. Está aí todo o progresso da medicina que não me deixa mentir sozinho.

Bom, após este pequeno preâmbulo, o que pretendemos é fazer um jogo imaginativo, através de uma passagem do filme, que te permita captar esse inconformismo que os humanos sentem frente a sua própria finitude.

Imagine que você saiba o dia de sua morte e que tenha a oportunidade única de conhecer o seu Criador, sem que para isso, obviamente, fosse necessário morrer. Imaginou? Muito bem! Agora pense que mais além do que meramente vê-lo, você poderá falar com Ele, isto é, você poderia trocar umas palavrinhas com Deus. Pegou a idéia? Pois bem, nessas condições, se essa oportunidade fosse realmente dada a você, o que você falaria ao seu Criador?

Para Roy Batty, personagem vivido por Rutger Hauer no filme Blade Runner, não foi tão difícil assim. Ao encontrar Tyrell, seu Criador e dono da Tyrell Corporation, a produtora dos replicantes Nexus 6, mandou uma frase que ficaria clássica entre os admiradores de Blade Runner: "Eu quero mais vida, seu escroto!". Simples e contundente! Demonstra perfeitamente o drama vivido pelos humanos diante de sua finitude.